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domingo, 20 de novembro de 2011

"Eu sou eu e licuri ERA coco pequeno.."

“Eu sou eu e Licuri era coco pequeno”
Minha geente!!
 Minha geente!!
Pimenta rosa (presente de Ely), Licuri, Pequi e atrás Romã.
Durante a minha infância, eu, meus irmãos e amigos nos juntávamos para comer licuri, colares feitos de licuri, que eram vendidos na feira livre em nossa querida Jequié. Eu ouvia sempre o ditado “Eu sou eu e licuri é coco pequeno”. 

Mas não é que licuri virou “coco grande”, com o passar do tempo e passou a ser conhecido por vários Chefs de Cozinha, e agora é tido como a avelã da Bahia.
Ano passado tive um “flash back” com este coquinho maravilhoso através do meu professor, Chef Rafael Zacarias e enlouqueci, pois não encontrava aqui em Salvador. 
Então ele me passou o contato de sua aluna Ely Gonçalves (hoje fiel colega), que mandou vir um pacote do coquinho.
Logo que peguei comi vários, mas parei, pois queria fazer uma receita com o mesmo. Então peguei umas lagostas que foram presenteadas pelo amigo Quinho (para minha mãe).
Fiz um ensopado de lagosta com molho e licuri e ficou uma delícia!!!!
  
Esta semana, conversando com Camila Crichigno (nasceu Paulista, morou em Recife-PE e à 2 anos mudou-se para Salvador, para estudar Gastronomia na UNIJORGE, onde nos conhecemos). Ela vem participando de vários concursos aqui em Salvador e em um deles, contou que fez uma receita com licuri, uma sobremesa que é um manjar dos Deuses. Então pedi a receita e  a sua permissão para colocar no artigo para o deleite de todos vocês esta maravilha!
Finger food brasileirinho (camadas superpostas de farinha de castanha do Pará, mousse de licuri, massa sem farinha de cacau e licuri, mousse de cacau e por ultimo chocolate da AMMA-Ilhéus/BA, creme brullé e caviar de leite de castanha do Pará feito para aproveitar 100% do alimento usando a técnica da gastronomia molecular, para produção da mousse foram usadas varias técnicas: anglaise, merengue italiano e chantilly de creme de leite fresco.)
 Saudações gastronômicas!!!!
O LICURI
Antes usado na indústria cosmética e até como ração animal, esse coquinho, fruto de uma palmeira nativa do Nordeste brasileiro, a Syagrus coronata, ganhou definitivamente o universo da cozinha. Nas comunidades carentes locais, virou ingrediente para todo tipo de receita pela versatilidade e pelo alto poder nutritivo. Brasil afora, conseguiu um feito antes inimaginável: espaço entre os chefs de cozinha. Motivo? Esse gastronômico universo resolveu dar mais atenção ao licuri que lá nas suas bandas, segundo a sabedoria popular, já era conhecido como “o ouro verde do sertão baiano”.
Os chefs: o baiano Beto Pimentel – Paraíso Tropical, o catarinense Edinho Engel – Amado, no coro pró-licuri está também a gaúcha Roberta Sudbrack e o francês Marc Le Dantec - Bistrô Charlô, a Bella Masano - Amadeus, é outra fã do ingrediente. : “É a avelã da Bahia”, dito por todos eles.
O licuri é todo versátil e pode ser usado fresco, torrado ou verde (cozido), com a vantagem de poder ir ao congelador.
“O licuri está prestes a ganhar o mundo”, diz Josenaide Alves, presidente da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), com sede em Capim Grosso, Bahia. “É uma mina de ouro.” Para muitas famílias do sertão baiano, o licuri é o único sustento, seja pelo artesanato ou pela culinária. Orgulhosa, a presidente é militante da divulgação do licuri em eventos pelo país e até no exterior. Já esteve na Itália, onde participou do renomado Terra Madre, promovido pelo movimento do Slow Food. Por lá, mostrou tudo o que produzem: licuri torrado (nas versões salgado e caramelado), granola, paçoca, biscoito, sorvete, cocada, beiju e os (quase) famosos leite e óleo. Tem até cartilha com o beabá do licuri, com os detalhes da produção, as receitas e as histórias. Com esse trabalho, a cooperativa ajuda a comunidade e trabalha para preservar o bioma da Caatinga, o que evita o desmatamento. E, claro, contribui para a disseminação da cultura do licuri para as próximas gerações.
Nome do Produto em Português, nome do produto na língua local e em qualquer dialeto relevante Licuri, Ouricuri, Oriciri, Auricuri E Nicuri.
O Licuri (Syagrus coronata)(Martius), pertence à família Arecaceae, subfamília Arecoideae, tribo Cocoeae, subtribo Butineae (Noblick, 1991). 
É uma palmeira típica do semi-árido nordestino. Mede de 8 m a 11 m, tendo folhas com mais ou menos 3 m de comprimento, pinadas de pecíolo longo com bainha invaginante, e seus folíolos, de coloração verde-escura, estão arranjados em vários planos. De sua amêndoa (coco) se produz diversos itens alimentícios: licuri torrado, licuri caramelado, granola, cocada,  paçoca, biscoitos, óleo, leite-de-coco e muitos outros produtos. Além de gêneros alimentícios, são produzidos também artesanatos, tais como bijouterias e utensílios domésticos. O coco é também utilizado como ração animal e sua casca é utilizada como combustível de fornos à lenha.
Área tradicional de produção, detalhes sobre a origem do produto e ligação com grupos locais:
A espécie tem uma nítida preferência pelas regiões secas e áridas das caatingas, abrangendo o norte de Minas Gerais, ocupando toda a porção oriental e central da Bahia, até o sul de Pernambuco, incluindo também os Estados de Sergipe e Alagoas.
O licuri tem sido uma importante fonte de alimento e sustento  para diversas comunidades do semi-árido baiano, dentre elas a comunidade de Jaboticaba, distrito de Quixabeira, região de Capim Grosso- Bahia. Em pesquisa etnobotânica realizada em fevereiro 2007 pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), foi verificado que mais de 50% das famílias de Jaboticaba trabalham com o licuri, e em muitas vezes esta atividade é a única fonte de renda de famílias inteiras. Observa-se durante o dia, várias mulheres, homens e criaças quebrando licuri.
No distrito de Jaboticaba - Quixabeira/Capim Grosso - Bahia, à exemplo do que ocorre em toda a região, o  extrativismo para comércio e consumo, foi passado de geração à geração, tornando-se parte da cultura de um povo, inclusive com músicas locais ligadas à cultura de extração do licuri.
Através da COOPES os produtos são vendidos para a cidade de Capim-Grosso-BA e outras de seu entorno. O leite do licuri também é utilizado na produção de biscoitos que são fornecidos para a merenda escolar do Município de Capim Grosso e beneficiários do Projeto CONAB -PAA.
Mais de 100 famílias estão envolvidas diretamente com a produção. Cada família produz uma média de 10 quilos por mês chegando à uma produção média total  de 1.000 quilos por mês,  na região de Capim Gosso-Bahia.  
Nome e endereço de contatos relevantes com os produtores
Josenaide de Souza Alves
Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina
Av Airton Senna, 731-A - Capim Grosso/BA. Cep 44.695-000

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