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domingo, 3 de março de 2013

Ouriço do mar, um tesouro gastronômico.

MINHA GEEENTEEE!

OURIÇO DO MAR, VOCÊ JÁ PROVOU?

Ontem caminhando pela praia de Itapoan, vi alguns pescadores colocando e retirando de um monte de carvão em brasa, peixes e umas bolinhas pretas cheias de espinhos....eram ouriços do mar!!!

Como uma curiosa que sou, não resisti e fui procurar saber o que era e tentar provar aquele sabor que as pessoas estavam se deleitando!!!! Mas ao chegar e perguntar como faria, se deveria comprar e onde comprar!!! Ah gente, os ouriços haviam acabado......não são vendidos.....são retirados das pedras ...assados e comidos por todos que estão por perto, compartilhadooooo. Eles, os pescadores me prometeram que basta eu chegar cedo, pedir e eles pegam e pronto. Simples assim!!! Na Europa o quilo chega a custar E$ 45,00 (hj 2,57) = R$ 115,65 e aqui é daaaadooo!!!!!

Cheguei em casa e fui procurar saber mais informações sobre os ouriços: o que são, onde vivem, como se reproduzem e como preparar!!!É muita informação. Enquanto japoneses, franceses, espanhóis, italianos e portugueses são loucos, aqui no Brasil, principalmente em Salvador, apenas os pescadores parecem saber o que são os ouriços-do-mar.

Sob as águas do nosso mar esconde-se um verdadeiro tesouro gastronômico. E nós não damos conta, a ignorância é dose nãe minha geente....rsrs.


Em Portugal são comidos com pão torrado com manteiga e cerveja. Para eles apreciadores deste fruto do mar, o ouriço constitui a síntese de todos os sabores. É mar em estado puro quando se mete à boca e doce à medida que se vai comendo. É intenso e também bastante nutritivo. Um prato de ouriços deixa qualquer um satisfeito. Alguns optam por cozinhar, porque em sua opinião «crus embebedam, dão assim umas voltas à cabeça», mas são apreciados sem cozinhar, crus. Os franceses, por exemplo, são capazes de os comer apenas com um pouco de sumo de limão, echalota (uma espécie de cebola) e sal, acompanhados com pão com manteiga ou sobre canapés. Segundo um estudo realizado por investigadores portugueses («Recursos Faunísticos e Marítimos Portugueses», 1989), consumiam-se em França, no final dos anos 80, entre 700 e 800 toneladas de ouriços por ano, 600 das quais eram importadas sobretudo da Irlanda, mas também da Grécia e de Espanha.

O apreço por este marisco é tal que todos os anos nas zonas costeiras da Provença, entre Dezembro e Março, se organizam «Oursinades», festas de degustação de ouriços-do-mar («oursins», em francês). Em Sausset-les-Pins, o ouriço é rei nos últimos três domingos de Janeiro. Os restaurantes montam as mesas ao longo do porto e vendem as línguas de «oursins» sobre finas fatias de pão, com umas gotas de limão e outras tantas de vinho branco fresco ou temperadas dentro das carapaças, sem os incomodativos picos, para comer à colher. As gónadas ( órgãos onde os organismos multicelulares (ou metazoários) produzem as células sexuais (gametas) necessárias para a sua reprodução) de ouriço transformadas em caldo ou puré servem para aromatizar molhos, maioneses ou simplesmente para molhar o pão. Os italianos fazem molhos para usas pastas e são chamados "ricci". Também podem ser utilizadas para condimentar sopas de peixe e mariscos.


Não menos sofisticados no que toca a gastronomia, os japoneses são igualmente grandes adoradores desta iguaria, só que no Japão comer o marisco fresco é um luxo muito raro, já que os seus mares não lhes concederam esta oferenda. Comem as gónadas enlatadas após terem sido cozidas em vapor («mushi uni»), salgadas ou em semiconserva, misturando-as com álcool, açúcar, amido, aditivos e corantes («neri uni» e «tsubu uni») ou em pasta («uni aemono»), a forma mais económica de as consumir. Nos Estados Unidos, China, Espanha e Itália também se consomem ouriços-do-mar, mas em menores quantidades.

Segundo Helena Carreiro e João Paulo Fonseca, autores do estudo «Recursos Faunísticos e Marítimos Portugueses», o consumo deste invertebrado por populações do litoral data dos princípios do Neolítico (5000 a.C.). Na Europa, desde o século IV a.C. que aparecem referidos em manuscritos, aliás, a denominação «lanterna de Aristóteles» deve-se ao facto de ter sido o filósofo o primeiro a descrever as suas características zoológicas.

Há «paracentrotus lividus» no Atlântico, desde a costa oeste da Irlanda e da Escócia, o limite norte da sua distribuição geográfica, até ao Rio de Ouro, na costa ocidental africana, o limite sul. Também se encontram na Madeira, Açores e Canárias e um pouco por todo o Mediterrâneo. Os países que se dedicam à sua exploração são sobretudo a França, Irlanda, Itália, Espanha e, em tempos, Portugal.
(Partes do texto retirada de "Línguas de ouriço"por TERESA RESENDE 23/06/2001-in Expresso.pt).

Bem meus queridos eu em breve irei provar esta iguaria, fazer meus testes e em seguida posto para vocês as minhas impressões. E quem sabe contribuir para a geração de emprego e renda dos Pescadores da nossa Costa.

Saudações gastronômicas e vejam o que os Chefs ao redor do mundo estão fazendo  com esta iguaria!!!!