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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pupunha - Sabor do Cerrado Brasileiro


Minha geente!!
Em Julho/11 minha mãe foi visitar a irmã Almeriza Machado Martins, em sua fazenda no interior da Bahia, na cidade de Jitaúna. Voltou cheia de doces em compota, tapioca, pimentas diversas, ervas (coentro largo, alfavaca) e no meio destas preciosidades trouxe para que nós conhecessemos os frutos da Pupunha, pois o palmito já haviamos provado.
Bem, como não poderia ser de outra maneira, pois a minha mãe já havia dito que ter provado os frutos da Pupunheira seria uma experiência maravilhosa. Eu adooooorei!!
 
Vejam na foto os frutos maduros e que só precisam ser ferventados em água e sal, retirar a casca e comer. O sabor lembra inhame, fruta-pão e tem uma textura macia.
Eu não poderia deixar passar em branco esta oportunidade para eleborar uma receita com este ingrediente fantástico.

Então mergulhei na dispensa e na geladeira para ver o que tinha e juntar com a pupunha.
Fiz um risoto de pupunha com bacalhau e quiabos salteados no azeite extra virgem, aromatizado com coentro largo. 

Pena que ainda não podemos disponibilizar aroma e sabor pelo blog...kkkk....mas ficou muuuuuuito bom!!
E pode também ficar ainda melhor com um bom vinho branco ou um espumante brut.


Saudações gastronômicas!!!

PUPUNHA       
A pupunheira, da família botânica Palmaceae, de nome científico Bactris gasipaes Kunth é uma palmeira nativa da Amazônia, produtora de frutos e palmito considerados alimentos funcionais, ou seja, que fazem bem à saúde. Conhecida pelos nomes comuns de Cachipay, Chonta, Chontaduro, Macanilla e Pejibaye (Américas Central e do Sul), Pupunha (Brasil) e Peach Palm (Inglês), a planta encontra-se distribuída na grande maioria das regiões dos trópicos úmidos americanos. No entanto, a sua origem continua no campo das especulações, supondo-se que a sua pátria de origem estaria no Peru, Bolívia ou mesmo em certas áreas do Panamá, Colômbia e Equador.
Mas, provavelmente, o sudoeste da Amazônia seja o centro de origem da pupunha. Na época da conquista das Américas a pupunheira foi distribuída do sudeste de Honduras (16ºN) ao centro sul da Bolívia (18ºS) e do sudoeste da Costa Rica (84º W) ao leste da Amazônia Brasileira (46º N), sempre com ocorrência em áreas com altitudes inferiores a 1.200m, pluviosidade acima de 1.500 mm e solos de textura média a argilosa, bem drenados. Ocorre na costa atlântica das Américas Central e do Sul até São Luís (Maranhão) e também ao longo da costa do Pacífico, do sul da Costa Rica até ao norte do Peru.
A pupunheira é a única palmeira domesticada nos trópicos americanos, tendo a primazia de só ser encontrada em estado de cultivo. O processo de domesticação teve como base o interesse dos primeiros povos americanos pelo uso da madeira dessa maravilhosa planta na fabricação de instrumentos de pesca, caça e guerra devido a sua flexibilidade e dureza, embora os frutos sejam ricos em óleo, além de oferecerem outras fontes de energia semelhantes ao milho e mandioca. Assim, no processo final da domesticação é imperioso considerar a pupunheira como uma fruteira tropical para a produção de frutos amiláceos e precioso palmito.
A pupunha além de possuir amido, óleo, e proteínas, ostenta uma boa composição de vitaminas, especialmente a vitamina A, da qual grande parte da população é carente. O fruto é um alimento de alta qualidade, e diante da larga variabilidade genética que apresenta é possível selecionar genótipos superiores que possuem boa concentração de vitamina A, cujos frutos possuem polpas mais alaranjadas, chegando até a quase avermelhada. Também é possível selecionar pupunhas com bons valores fenotípicos para a produção de óleo.
Detentores de um sabor inigualável, os frutos podem ser degustados no café-da-manhã (cozidos, omelete, pãozinho, farinha, fatias fritas, geléia, vitaminada, casquinhos, bolinhos, croquetes), bebidas (vitaminada, suco, cerveja), saladas verdes e sopas, entradas (tomate recheado com pupunha, arroz com pupunha, massa para pizza de pupunha, farofa, maionese, macarronada com pupunha), em mistura com carnes, aves, peixes e ovos, além de pirão, bolos, biscoitos e doces.
A pupunheira fornece ainda um excelente palmito útil para a produção e consumo de saladas, creme, tira gosto, vinagre, à milaneza, assado ao forno, moqueca, purê, patê e torta, podendo a planta ser explorada para tal a partir dos 3-4 anos de idade. A composição química do palmito da pupunha em estado natural é a seguinte: umidade- 88,4%; proteína- 2,32%; matéria graxa- 2,16%; cinzas- 1,21%; fibras- 1,05%; ácido cianídrico- 3,73 (mg/100g) e vitamina C- 3,2 (mg/100g), enquanto que a composição mineral em mg/100g é: fósforo- 94,0; ferro- 4,3; cálcio- 114,0; magnésio- 80,0; sódio- 1,33; potássio- 337,6; cobre- 0,159; zinco- 0,79; magnésio- 0,48.